Nos últimos dias temos sido atingidos por uma vaga de incêndios cujas dimensões são ainda de difícil avaliação. Temos um território cujo parque florestal é enorme e cada vez mais mal cuidado. Podemos até afirmar que o nosso país se desleixou e abandonou este património natural. É por isso cada vez mais difícil, ano após ano, garantir os meios necessários para contrariar esta enorme tragédia que são os incêndios florestais.
Mas tudo seria bem diferente se existisse uma visão de longo prazo sobre o que realmente queremos para o nosso país nas vertentes do ordenamento territorial e da gestão de recursos. Há uma colossal falta de visão de sucessivos governantes na gestão do património natural do nosso país. Há ainda a velha suspeita de que estes incêndios são um enorme negócio para vários agentes. Suspeita essa que nunca resulta em qualquer apuramento de factos e tudo segue igual. Tenho pois sérias dúvidas de que onde haja fumo não haja fogo!
A minha ideia ao escrever esta crónica não é dissecar sobre este enorme problema. Prefiro aproveitar este espaço para destacar o papel da instituição Bombeiros que é das poucas instituições em Portugal com um enorme capital de confiança. Vale a pena confiar e apoiar os heróis que todos os anos de forma abnegada salvam o nosso património e nos salvam a nós.
Estou muito à vontade para o escrever porque ainda por estes dias assisti ao esforço implacável das corporações do Alto Minho no combate aos incêndios que destruíram já centenas de hectares de floresta na nossa região. Mais à vontade estou porque há 2 dias atrás pela madrugada fomos surpreendidos na nossa aldeia por um fogo perto das nossas casas. Naquela altura não havia bombeiros por perto por estarem a combater duas frentes fortes no concelho. Foi então que vizinhos nossos (com os meios de que dispunham) assumiram o combate às chamas defendendo as casas do nosso lugar.
Sinto-me muito grato por existirem exemplos destes em que o lema “Vida por Vida” é praticado de forma superior. A humanidade precisa destes Homens e Mulheres. E precisa sobretudo de valorizar os bons exemplos, pois de coisas más estamos nós fartos!
Obrigado Bombeiros e obrigado vizinhos.