Com Trump a ganhar terreno a Clinton, as consequências para o mundo, de uma vitória daquele, nas próximas eleições americanas, são ainda imprevisíveis.
Porém,
De acordo com um relatório da “Economist Intelligence Unit (EUI)”, pertencente ao prestigiado semanário “The Economist”, a possibilidade de eleição de Trump, representa uma ameaça a nível global, equivalente aos efeitos económicos da ascensão do “jihadismo”. Demolidor relativamente à ocupação da Casa Branca por Trump, aquela unidade de análise conclui que, o posicionamento hostil de Trump em relação à China pode motivar uma guerra comercial entre os dois países, que conduzirá ao seguinte epílogo: a reivindicação pela China e também pela Rússia, da categoria de “polícias do mundo”.
Quer-me parecer que o ungido Trump, traz consigo a demência dos dias. O especialista em falências promete aplicar o “modelo de sucesso” das suas empresas, ao país, embora, e como se não bastasse, sejam desconhecidas as vantagens das anteriores incursões de grandes gestores, nas arenas políticas.
Ora vejamos,
O “American Action Forum” prevê que, posta em marcha a política de imigração propalada, tal custe ao erário público, entre 400 a 600 bilhões de dólares. Tudo porque, como afirma o economista John McLaren, da Universidade de Virginia, um elevado número de indústrias que dependem daquela mão-de-obra resultariam devastadas, em especial no setor da agricultura, com a consequente subida de preço dos bens alimentares.
O plano fiscal apresentado por Trump, conforme as previsões da “Tax Foundation”, custará ao Tesouro 10,14 trilhões de dólares, ao longo de uma década, considerando a redução de impostos prometida.
No setor da saúde, o “Commitee for a Responsible Federal Budget” constata que a revogação do plano Obamacare custará perto de 550 trilhões de dólares numa década, e duplicará o número de cidadãos sem seguro de saúde, a que corresponderão 21 milhões de pessoas sem assistência médica.
No âmbito da política externa, não se aguardam melhores auroras. Se somarmos as seguintes proposições: 1. “as obrigações dos EUA perante a NATO influenciam negativamente os interesses dos americanos” e 2. “Putin é sem dúvida um líder forte”, encontramos a fórmula conceptual revolucionária, das futuras relações EUA-UE. Sobre o acordo NAFTA, já declarou que caso a renegociação não seja proveitosa, o abandonará. Pois. Mas vai mais longe, ao considerar que uma nação sem fronteiras não é uma nação, pelo que construirá um muro ao longo de toda a fronteira sul, com o México. Não seria preferível uma ponte, oh Donald?
O repugnante “ethos” conservador-moralista de Trump cria uma ilusória sensação redentora na população, evocativa do embevecimento atual aos cultos de personalidade, normalmente revestidas de desígnios torpes. É o que, por ora, tememos.
Mas a América vai ser grande outra vez. Ou talvez não.