Não podia estar mais de acordo com o Nuno Garoupa. E até vou mais longe!
O colapso da banca portuguesa foi fruto da corrupção que teve como consequência a intervenção financeira externa da Troika. E quem pagou tudo isto com imensos sacrifícios? Fomos todos nós! Já pensaram nisto?
É meu entendimento que a corrupção é o maior imposto que os portugueses pagam todos os dias. Um imposto de valor muito superior ao que pagamos de IRS, IVA, IMI ou o que as empresas pagam de IRC.
É um ” imposto ” que tem uma larga cadeia de intervenientes, em que cada um vai ficando com uma ” percentagem do negócio ” ou melhor dizendo da ” negociata ” que acaba por se repercutir de forma muito onerosa no preço final da casa que compramos, no custo da auto-estrada que percorremos, dos medicamentos que tomamos, do hospital a que recorremos, na escola ou universidade que frequentam os nossos filhos. E isto são apenas alguns exemplos!
A corrupção mina a Democracia, distorce o funcionamento dos mercados e a capacidade de gerar e distribuir a riqueza.
Nos últimos anos assistimos todas as semanas a escândalos que envolvem políticos, funcionários públicos, polícias, entre outros, em casos de corrupção e de tráfico de influências. Ainda hoje foi tornado público um caso em que envolverá pessoas ligadas ao Ministério da Defesa suspeitas dos crimes de corrupção, gestão danosa e participação económica em negócio, em que foram feitas diversas buscas do Minho, passando pelo Porto, Aveiro, até Lisboa, por diversas entidades judiciais.
Como se pode ser complacente com a corrupção, com corruptos, com gente sem escrúpulos que está na vida política e pública para se governar e não para governar o seu País?
Quando a opção é ser tolerante e até cúmplice com este tipo de gente, quando deveria ser de repúdio e de denúncia, o que podem as pessoas esperar do seu País?
A corrupção é o “cancro” que destrói, dias após dia, o nosso País. Não será tempo para fazer uma reflexão profunda e colocar um travão a fundo neste caminho?
Haja coragem política. Mas coragem a sério. Sem vacilar. Tenho a melhor das impressões da actual Ministra da Justiça, Francisca Van Dumen. Deposito esperança que coloque a questão do combate à corrupção no topo da sua agenda política.
Tolerância Zero contra a Corrupção. Tolerância Zero contra os Corruptos.
E todos estaríamos com toda certeza a ajudar a construir um País muito melhor para os nossos filhos e para as futuras gerações.
Paulo Vieira da Silva
Gestor de Empresas / Licenciado em Ciências Sociais – área de Sociologia
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)