Há dias, o JN publicou uma nota relativa ao encerramento do Programa “ON.2 – O Novo Norte”, destacando o seu sucesso.
Helena Teixeira da Silva, a autora da peça, realça o montante de investimento, “um envelope financeiro de cerca de 2,7 mil milhões de euros, a criação de quase oito mil empregos, o apoio a 605 novas empresas e mais de 500 projetos empresariais de inovação”.
A cerimónia de encerramento deste Programa, que integrava o QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional), contou com a presença do Ministro do Ambiente Matos Fernandes e decorreu no Terminal de Cruzeiros do porto de Leixões, infraestrutura que pôde beneficiar do apoio financeiro desse programa regional. Carlos Lage foi ali lembrado, com todo o merecimento. Ora, todos aqueles que conhecemos Carlos Lage, sabemos do seu gosto pela leitura e por uma conversa sobre questões de filosofia, de cultura. Até, com graça, nos referíamos a ele como pessoa que andava sempre com um livro debaixo do braço. Julgo que ainda hoje é assim… Mas os resultados de “O Novo Norte”, se não desmerecem de pessoas de cultura, e não, também não deixam de evidenciar as virtualidades de bons gestores. Carlos Lage, enquanto Presidente, é o rosto mais visível de bons membros da Presidência, de bons membros da Unidade de Gestão, de bons serviços da CCDR-N, no Porto, em Vila Real, em Bragança, em Braga. Estes, a dar bom testemunho, aliás, das virtualidades da descentralização.
Um caso positivo
Vivi por dentro a execução de uma pequena parte deste Programa Operacional Regional no desempenho de funções públicas na região de Trás-os-Montes e Alto Douro. De um modo especial, quando presidi à Entidade Regional de Turismo do Douro (2009-2013). Diretamente, ou de forma articulada, em cooperação com os Municípios de Comunidade Intermunicipal do Douro, contribuímos para investimentos num montante superior a 3 milhões de euros na qualificação e melhoria da oferta do destino turístico do Douro, ou na sua promoção, interna e externa, neste caso, no quadro da Agência Regional de Promoção Turística, a ATP/AR. Assim, desde a elaboração do Plano de Marketing do Douro ao Plano de Marketing da Rede de Aldeias Vinhateiras e a um conjunto de iniciativas com vista à consolidação, promoção e animação da mesma Rede, à 3ª fase do estudo da Sinalização Turística do Douro, à integração do destino Douro na Rede Internacional de Destinos Turísticos Sustentáveis – Geoturismo e a algumas edições do Douro Film Harvest, como evento-âncora para dar a conhecer o Douro ao mundo do cinema, foram algumas das ações que, no Douro, mereceram o apoio do “ON.2 – O Novo Norte”.
Sem receio, podemos dizer que uma visão estratégica e global da região – no caso específico do turismo havia um Plano de Desenvolvimento próprio, a competência das pessoas, a descentralização e consequente gestão de proximidade foram características fundamentais para o sucesso do Novo Norte, agora fechado e com sucesso reconhecido na região.
Muito a propósito, o JN do dia 6, refere que o Presidente da CCDR-N e o Conselho Regional decidiram criar um Grupo de trabalho para dar contributos para a reprogramação dos fundos comunitários do Portugal 2020 e que o “Presidente espera que o património cultural e natural e a área da eficiência dos recursos endógenos possam ser beneficiados”. Em absoluto, merece a nossa concordância.