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A relação de Passos e Cristas termina com traição de Assunção.

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Hoje numa entrevista ao Negócios Assunção Cristas assume, pela primeira vez, publicamente a separação de Passos Coelho. Nesta entrevista Assunção Cristas pressiona o primeiro-ministro, António Costa, a esclarecer o que se está a passar na Caixa Geral de Depósitos (CGD) face à necessidade de recapitalização do banco público no valor que pode ascender aos 4 mil milhões de euros. Parece que Assunção Cristas esqueceu-se que saiu do governo há cerca de 6 meses e que fez parte do mesmo durante mais de 4 anos e meio. Será necessário  que António Costa explique aquilo que provavelmente Assunção Cristas até terá um conhecimento mais aprofundado?

É curioso que nesta questão da CGD Cristas coloca a mesma pressão sobre actual primeiro-ministro, António Costa, que coloca sobre o ex-primeiro-ministro, Passos Coelho, aproveitando-se para se desmarcar da actuação do ex-governo traindo o antigo parceiro de coligação.

E repete a desmarcação no que diz respeito ao PSD na gestão do caso do Banif. A actual líder do CDS diz que ” a questão foi discutida em Conselho de Ministros” tendo sido “ tratada ao nível do Ministério das Finanças ”. Será que Assunção Cristas se esqueceu que a antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, até reportava hierarquicamente ao antigo líder do CDS e ex-vice-primeiro Ministro, Paulo Portas?

Mas as ” traições ” políticas de Assunção não se ficam por aqui. Aproveita a entrevista para separar a actuação de Maria Luís Albuquerque quando aceitou o lugar na financeira Arrow Global com a postura de Paulo Portas que aceitou recentemente um cargo na Mota-Engil sublinhando que, ao contrário de Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas abandonou a vida politica.

No que diz respeito às eleições autárquicas a líder do CDS aproveita até para ” piscar o olho ” ao Partido Socialista afirmando ” não se sentir incomodada pelo apoio do PS a Rui Moreira na corrida à Câmara Municipal do Porto “. No diz respeito à Câmara de Lisboa aproveita já para separar as águas afirmado que o CDS terá um candidato próprio.

E o que achará Passos Coelho desta entrevista de Assunção Cristas? Será que lhe vai dar uma resposta à altura que esta situação exige? Ou irá fazer mais uma vez de conta que nada aconteceu?

Se Passos Coelho, mais uma vez, nada fizer continuará a abrir uma autoestrada para Assunção Cristas continuar a afirmar a sua liderança no CDS e, simultaneamente, como rosto da oposição à ” geringonça “, colocando o PSD num partido cada vez mais marginal no panorama político nacional que vai ter pela frente daqui a um ano e poucos meses umas importantes e difíceis eleições autárquicas.

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