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PSD – A MUDANÇA NECESSÁRIA

Quando está em cima da mesa a mudança de liderança no PSD, logo se perfilam na linha de partida os suspeitos do costume. Começa-se mesmo a contar “espingardas”!

Será que nenhum deles, tenha dois neurónios a funcionar, ou pior que isso a decência de pensar um pouquinho alem do próprio umbigo, para se perguntar: – GANHAR PARA QUÊ?

O problema do PSD, como já vi escrito, não é de falta de quadros, nem sequer de líder. Trocar pura e simplesmente de líder, porque não é possível fazer ressuscitar Sá Carneiro, não resolve coisa nenhuma.

O problema do PSD é que a meio do mandato do ultimo governo, perdeu os portugueses. A estória da TSU e o facto de não ter tido a capacidade de mudar de política, apostando nas pessoas, que são muito mais importantes que o défice, fez com que as perdesse (as grandes manifestações à época foram sobretudo da classe média, dos potenciais votantes do PSD)  e até hoje não as voltasse a encontrar.

Ganhou as eleições a seguir, dirão os que teimam em não querer ver a realidade. Sim ganhou, mas não por mérito, sim por demérito de um Costa que chegou ao poder da forma que se sabe e que não tinha propostas nem sobretudo credibilidade para “agarrar” os eleitores. Mas foi uma vitória de Pirro, já que a seguir, mais uma vez, não teve capacidade para formar um governo credível, teimosamente agarrado à ideia que os outros iam cair de maduros. …mas não caíram e pior que isso, como comprovam os últimos resultados eleitorais, convenceram os portugueses, porque com demagogia ou sem ela, o facto é que as pessoas hoje vivem melhor, têm neste momento mais confiança, menos medo do futuro. Em suma a geringonça fez o que o PSD devia ter feito e até era capaz de fazer melhor!

Neste cenário, mudar única e simplesmente de líder, ainda por cima se um líder suportado pelo baronato partidário, é o caminho mais curto para o abismo. É apostar na perspetiva de em 2019 ter uma votação abaixo dos 20%, contra um Costa que se passeará e nem sequer precisará da geringonça para ficar mais 4 anos.

O PSD precisa de uma revolução!

O caminho é fazer um congresso para alteração dos estatutos, acabar com as quotas, transformando-as em donativos voluntários, abrir o PSD à sociedade, como começou a fazer Seguro com o PS, embora em desespero de causa (e que o Costa vai reverter) , passando todos os órgãos hoje eleitos pelas bases, a ser eleitos por quem se inscreva online ou presencialmente para o efeito. O PSD é suficientemente adulto para não ter medo de ser assaltado. O PSD é suficientemente português para não ter medo dos portugueses. Haja coragem de abanar as estruturas instaladas que nos levaram a este beco aparentemente sem saída. Haja coragem de acabar de vez com os vergonhosos “sindicatos de votos” e com os interesses obscuros que escondem. Haja coragem de acabar com o mediocridade da maioria dos dirigentes, abrindo portas a gente com mérito suficiente para ser reconhecido por um universo eleitoral não controlado.

O PSD de Sá Carneiro era um partido das bases, dos portugueses anónimos que acreditavam. O declínio começou na medida em que deixou de o ser.

Esse mesmo congresso deverá ser também precedido de um amplo debate em torno do que o PSD quer para Portugal que deverá ser apostar novamente na qualidade, no mérito, no desenvolvimento e na justiça social, culminado com a aprovação da estratégia para os próximos anos.

É inaceitável o que se passa no mercado de trabalho, onde se oferecem a licenciados 300 euros /mês por 10 horas de trabalho diário. Não, não é na China, não, não é em Bragança, isto passa-se todos os dias, por exemplo, em Coimbra, a dita cidade do conhecimento!

A produtividade não se consegue à custa da escravatura dos trabalhadores! O PSD é na sua génese o partido da classe media, o partido de quem sobe na vida à custa do seu trabalho.

O PSD tem que devolver a esperança a quem se confronta com esta realidade. O PSD tem que voltar a levantar bem alto a bandeira do “criar riqueza para a distribuir com JUSTIÇA”.

O PSD tem que passar a ter tolerância zero, contra a corrupção e a promiscuidade entre a política e os negócios.

O PSD tem que apresentar listas de deputados que sejam capazes de fazer leis e acabar com a bandalheira que hoje se passa com as grandes sociedades de advogados que são quem manda nas leis deste país, feitas à medida de interesses obscuros.

O PSD tem que voltar a ser, como já foi, um partido sério, de gente séria e competente.

Haja quem empunhe estas bandeiras e contará com o meu apoio empenhado. Para continuar apenas a mudar as moscas, ou nem as moscas mudar, fico sentado à espera de mais uma desgraça, previamente anunciada.

O MEU PAÍS MERECE UM PSD À SÉRIA!

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