Hoje ouvi muitas comparações entre o caso de Jorge Coelho e Paulo Portas no que diz respeito à sua contratação pela Mota-Engil. Parecem-me dois casos bem diferentes.
Paulo Portas odiava a política e os políticos, perseguiu durante muitos anos, sem dó nem piedade, vários políticos no seu ” Independente “, mas curiosamente foi o politico que mais anos liderou um partido no nosso país tendo chegado mesmo irrevogavelmente a vice primeiro-ministro.
Por sua vez Jorge Coelho foi o único político português que assumiu prontamente a sua responsabilidade política quando se demitiu, este sim de forma irrevogável, de ministro poucas horas após a queda da ponte de Entre-os-Rios, tendo abandonado a vida política/partidária activa até aos nossos dias. E já passaram 15 anos sendo que oportunidades não lhe faltaram para regressar à política.
Posso estar enganado mas não acredito que o mesmo não se passará com Portas. Estamos a falar do maior ” artista político ” português que defendeu, com a mesma cara, o mesmo e o seu contrário. Ao longo dos seus 18 anos de carreira, conquistou os mais diversos públicos, desde o estilo romântico, passando pelo rock, o pop, o gospel, o psytrance, o techno, sem esquecer claro o nosso fado. Haja uma eleição que o ” artista ” toca o ritmo que está na moda.
Portas voltará à vida política logo que perceba que pode regressar pela porta grande, mas poderá também acontecer que essa janela de oportunidade não se abra mais porque como diz o nosso sábio povo ” tantas vezes vai o cântaro à fonte que um dia fica lá asa “. Por isso à cautela nada como iniciar-se agora como empreiteiro.
Paulo Portas agora é Bob o Construtor.
Estes comportamentos e atitudes em nada ajudam à credibilização da vida politica e pública porque à mulher de César nao basta ser séria também é necessário parecer!