Com Paulo Portas o CDS passou a ter uma linguagem pragmática e focada em fazer o que for preciso no curto-prazo. É a política do toma-lá-dá-cá, na qual os princípios são totalmente dispensáveis. Não acreditam?
O deputado Hélder Amaral do CDS (originário de Viseu) foi ao congresso do MPLA. Sim, o partido comunista Angolano. E, embrenhado no espírito de encontrar sinergias com esse partido, disse exatamente isto: “Espero que seja o primeiro de muitos congressos e esperamos também ter no nosso congresso representantes do MPLA”, acrescentando que o CDS, liderado por Assunção Cristas, fez aquilo que tem feito sempre, que é “saber ler os tempos, os sinais, adaptar-se e actualizar-se”.
Repito: “saber ler os tempos, os sinais, adaptar-se e actualizar-se”. Lucas Pires (onde estiver), Freitas do Amaral, Adriano Moreira e Manuel Monteiro devem estar a corar de vergonha.
E disse tudo isto… sem RIR! Fantástico! Desejo sucesso ao novo CDS que se confessa próximo do MPLA: espero, com ansiedade, a visita à Coreia do Norte, à Venezuela, etc., tudo países que devem estar próximos deste novo CDS! Mas que grande mudança.
No entanto, na frente doméstica, Assunção Cristas dá uma entrevista à Sábado a dizer que o PS fez “uma opção claríssima pelas esquerdas radicais” e que isso não agrada ao CDS que, consequentemente, se vê “como oposição ao Governo das esquerdas e como parceiros do PSD” . Perceberam? Também não é para perceber. Na política portuguesa vale tudo.
Mas ainda não acabou. Alguns dirigentes, simpatizantes, ex-dirigentes, etc., do CDS começaram a dar voltas na cadeira com o incómodo. E Hélder Amaral veio esclarecer um deles (retirei este diálogo do FB de Michael Seufert que dizia (sic, sem vírgulas – lol), partilhando a notícia do Expresso, “Eu partidos da Internacional Socialista só para exemplo de como não gerir um país. Mas isso sou eu.”):
Portanto, se Kim Jong-un (líder da Coreia do Norte) convidar o CDS para o seu congresso o CDS aceita e envia o Hélder Amaral. Se nesse congresso o famoso Kim, numa hipócrita operação de charme, fizer um discurso em defesa dos pobrezinhos, dos refugiados, e se mostrar abertamente contra a xenofobia, o racismo e todo o tipo de segregação, total intolerância pelos maus empresários, especialmente os que roubam, acrescentando ainda a defesa intransigente da lavoura, posso concluir que Hélder Amaral dirá que “existem muitos pontos em comum com o PC da Coreia do Norte”, que esperam uma delegação deles no próximo congresso do CDS e que no CDS a malta aprende, sabe ler os tempos, os sinais e adaptar-se? E o mesmo na Venezuela de Maduro, certo?
Fantástico este novo CDS!
É só RIR.