Ontem numa entrevista ao “Jornal I” Marco António Costa descartou “total e definitivamente“ a sua candidatura à Câmara Municipal do Porto.
A mesma notícia estranhamente não faz qualquer referência à possibilidade que seria a sua natural candidatura autárquica. E esta seria, sem dúvida, uma candidatura à Câmara Municipal de Gaia.
Tal como refere a notícia Marco António Costa foi recentemente condecorado com a medalha de mérito – grau ouro, por Eduardo Vítor Rodrigues, o autarca socialista, que tem elogiado o antigo vice-presidente da Câmara de Gaia.
Aliás, neste caso em concreto, depois de tanta polémica sobre a dívida da autarquia esta medalha é mesmo o maior elogio que Luís Filipe Menezes poderia receber do Partido Socialista, nomeadamente de Eduardo Vítor Rodrigues.
Esta medalha, sugerida pelo vereador do PSD e actual Deputado à Assembleia da República, Firmino Pereira, sabe-se agora que foi aprovada, por unanimidade, pela Comissão para a Avaliação de Mérito da Concessão de Medalhas Honoríficas, constituída por Albino Almeida, presidente da Assembleia Municipal, Eduardo Vítor Rodrigues e Patrocínio Azevedo, respectivamente presidente e vice da Câmara e presidente do PS-Gaia.
A concessão da medalha a Marco António não foi aprovada pelo porteiro da Autarquia, com todo respeito pelos porteiros, mas sim pelo estado maior socialista de Gaia.
Exactamente a medalha que dividiu e feriu politicamente de morte o Partido Socialista em Gaia e que ainda não foi cabalmente explicada pelo antigo presidente da Junta de Oliveira do Douro, que agora dirige os destinos da autarquia de Gaia.
Esta condecoração é agora o melhor cartão de visita que Marco António Costa pode apresentar nas próximas autárquicas.
Esta medalha entregue àquele que foi durante muitos anos o responsável pelo pelouro Financeiro deitou também por terra o discurso da tão propalada dívida que Eduardo Vítor Rodrigues andou a apregoar durante dois anos e meio.
No fundo a atribuição desta medalha, mais que condecorar Marco António Costa, é a ratificação da gestão municipal do anterior executivo liderado por Luís Filipe Menezes.
Assim, desde o passado dia 1 de Julho, foi encerrado o ciclo político assente no discurso da mitificação da dívida da autarquia, tendo Eduardo Vítor Rodrigues aberto uma autoestrada para a reconquista da Câmara de Gaia pela parte do PSD.
Mas com Luís Filipe Menezes fora da corrida, ele que seria sempre o preferido dos Gaienses com quem criou ao longo de 16 anos uma relação de uma enorme empatia, abre-se agora uma porta para a candidatura de Marco António.
Aguardemos pelos próximos tempos que poderão ditar uma reviravolta no cenário político em Gaia.