Ainda me recordo como o ex-primeiro-ministro, Pedro Santana Lopes, saiu do Governo em 2005. Muito mal tratado pelos famosos “ barões “ do PSD e pelos dirigentes da “ linha de Cascais”. Na altura custou-me muito ver a ingratidão com que foi tratado o actual Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
A fórmula de sucessão encontrada, entre Durão Barroso e Jorge Sampaio, pareceu-me ser um presente envenenado para Santana. Na altura defendi que Santana Lopes não deveria ter sucedido daquela forma dinástica a Durão Barroso, mas sim ter ido a eleições para se legitimar com o voto dos portugueses. E se assim tivesse sido penso que as coisas teriam sido bem diferentes.
Mas assim não foi. Agora isto pertence ao domínio da história que um dia contará com outra clarividência as muitas mentiras de que Pedro Santana Lopes foi alvo durante a vigência do seu Governo.
A vida dá mesmo muitas voltas. E há mesmo muito mais marés que marinheiros.
Agora é o PSD que suspira pela candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa.
Santana sempre foi muito respeitado e admirado pelas bases do PSD. Os militantes gostam de Santana e Santana Lopes gosta do PSD.
Até pelo enorme respeito que tem pelo seu Partido Pedro Santana Lopes deixou, no final do mês de Agosto, mais uma vez claro, que salvo circunstâncias excepcionais deverá mesmo manter-se à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sublinhando que não quer ser um factor de instabilidade para o partido afirmado mesmo que “Amigo não empata amigo. Não pedi a ninguém para ser candidato”.
Santana Lopes é neste momento o único e verdadeiro senador do PSD. Uma das poucas referências de um PPP/PSD efectivamente social-democrata. E este seu estatuto é hoje intocável.
Até entendo este desejo do Partido porque Santana Lopes é talvez o único candidato que o PSD tem com condições para voltar a reconquistar a Câmara Municipal de Lisboa.
Eu também gostaria muito de ver Pedro Santana Lopes como candidato à Câmara de Lisboa, mas entendo e respeito que a decisão é apenas e só de Santana Lopes.