Esta frase terá sido proferida na Cimeira de Roma do passado dia 25 por Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu. Parece-me carregada de sentido e de oportunidade. Afinal, nestes 60 anos, o que os fundadores e os que se lhe seguiram quiseram construir foi uma unidade que evitasse as guerras fratricidas que destruíram a Europa duas vezes na 1ª metade do século XX, consolidar a democracia, procurar o crescimento económico e o desenvolvimento dos povos europeus, em coesão económica e social.
Quando há uns anos, pouco depois da assinatura do Tratado de Maastricht, resolvi frequentar uma pós-graduação em Estudos Europeus, aproveitando a proximidade do ISEG, na forte componente das temáticas da área de economia, como seria expectável naquela Escola e daí alguns ossos duros de roer com Política Comercial e Internacionalização da Economia, também frequentávamos um módulo com a designação “Coesão Económica e Social”. As políticas comuns e a globalização exigiam o conhecimento daquelas questões. Mas o Ato Único e o próprio Tratado de Maastricht tinham trazido para a linguagem do aprofundamento da integração europeia a problemática da coesão. Que, aliás, se manteve, mesmo quando, anos depois, se debatia a Europa a várias velocidades. A coesão seria, pois, sinónimo de solidariedade. Quando o Papa Francisco recebeu os Presidentes e Chefes de Governo europeus quis lembrar esse desígnio, o da solidariedade.
Ora, quando os dirigentes europeus se esqueceram desse princípio aconteceu descalabro. Não houve unidade capaz de responder à crise que abanou o mundo no final da 1ª década deste século. Porque não esteve unida, a Europa correu o risco de “ser nada”. Motivo pelo qual a Agenda de Roma, lançada na celebração dos 60 anos tem que ir além das intenções, tem que responder aos anseios dos cidadãos. Caso contrário, o populismo, as falsas promessas farão caminho e todos perderemos. Valorizo, assim, reconhecendo, embora, a importância que se deu ao reforço de uma segurança e defesa comuns, a aposta numa “Europa social” que “fomente o progresso económico e social, bem como a coesão e a convergência”. Serão fundamentais para que as pessoas voltem a acreditar num projeto tão importante que trouxe paz, progresso e bem-estar a este Velho Continente, fazendo dele um polo de atração, que muitos procuram e desejam, lutando contra tanta adversidade para a ele chegar.