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Estivemos perto de uma situação muito complicada

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O que se está a passar na CGD não é nada bom (mais 4,6 mil milhões, que agravarão ainda mais a dívida) e precisa de ser esclarecido com a já prometida Auditoria Forense, a par da CPI em curso no parlamento. A Auditoria Forense é cada vez mais uma necessidade.
 
 
No entanto, o Governo, com o apoio do Presidente da República, resolveu um problema, a capitalização da caixa, que o anterior Governo deixou andar, sem fazer nada, e que poderia ter causado um verdadeiro colapso de dimensão difícil de antecipar. Contra todas as expectativas, António Costa consegue que a capitalização da caixa não seja considerada uma ajuda de estado. Esse foi um objetivo de sempre do PM, para o qual contou com o empenho do PR. Merecem por isso os louros dessa ação bem sucedida.
 
Se não tivesse acontecido, o défice deste ano estaria totalmente comprometido, não seria certamente atingido (com todas as consequências políticas, financeiras e de imagem do Estado inerentes – com Portugal a não sair do procedimento de défice excessivo e a ver as condições de financiamento da sua economia a serem muito agravadas), mas também, e principalmente, a CGD estaria sob alçada das novas regras de “bail in”. Ou seja, os investidores, incluindo os pequenos, teriam perdas significativas e as ondas de choque em todo o sistema financeiro português seriam inimagináveis. Por isso, os bancos portugueses, a banca em geral, já andavam nos radares dos investidores de todo o mundo, com a Bloomberg a dizer: “Europe, we have a problem”. Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, Paulo Portas (responsável, lol, pela área económica do anterior Governo), o PSD e o CDS fizeram mea culpa da sua total e irresponsável inação na CGD? Aliás equivalente à total inação no Banif e no Novo Banco, com os prejuízos que estão à vista de todos? Não, fazem populismo, atiram areia para a cara dos portugueses e… mais valia estarem calados.
 
Neste processo da CGD é importante reforçar a necessidade de uma auditoria forense aos últimos 15-20 anos, a importância da CPI, mas também o papel do PM, e do PR, ao encarar e resolver um problema que poderia ter causado ainda mais prejuízos a Portugal e aos portugueses. Sem esquecer que, com tudo isto, a dívida vai aumentar ainda mais e é imperioso avaliar e responsabilizar, na exata medida da sua responsabilidade, todos aqueles que conduziram a CGD a esta situação.
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