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Estado Mau Pagador

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A despesa do Estado com bens e serviços cresceu 238 milhões de euros e a divida não financeira, só este ano passou de 2182 milhões de euros para os 2545 milhões de euros. Há ainda que acrescentar o aumento dos encargos com bens de capital e as transferências extraordinárias, maioritariamente canalizadas para o sector da saúde. Estes valores poderão indiciar um relaxamento do processo de consolidação orçamental e uma inversão do ciclo e dos esforços de contenção efectuados nos anos anteriores. Por outro lado e talvez mais plausível, o aumento destas despesas estará relacionado com o congelamento e adiamento dos gastos no final de 2015 na administração pública, de forma a que as metas do défice fossem atingidas. Porém, mais grave do que o aumento das despesas com bens e serviços é o crescimento do stock de pagamentos em atraso da administração pública, que atingiu o valor astronómico de 1025 milhões de euros, ou seja, mais 109 milhões de euros do que em igual período do ano anterior. Pelo contrário, as regiões e autarquias efectuaram um esforço adicional tremendo e iniciaram um processo de redução dos pagamentos a fornecedores em atraso, apresentando resultados extremamente positivos. A opção do Estado central, para além de conferir um péssimo exemplo para os cidadãos, empresas, e governos locais/regionais, possui consequência graves para a economia. Os fornecedores que recebem em prazos demasiado dilatados terão forçosamente problemas de tesouraria, sobretudo se tivermos em conta que a generalidade das empresas não possui fundo de maneio, nem financiamento de curto prazo bancário. O Estado deveria ser o primeiro agente a dar o exemplo, honrando os seus compromissos atempadamente e assegurando a melhoria da eficiência económica.

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