Nos próximos tempos analisarei o que poderão vir a ser as próximas eleições autárquicas nos mais importantes municípios do País, bem como noutros que conheço mais de perto a sua realidade política.
E vou começar por Marco de Canaveses. Precisamente a Terra que me viu crescer e onde tenho Família e muitos Amigos.
O actual presidente da Câmara, Manuel Moreira, eleito pelo PSD, vai no seu terceiro mandato encerrando em 2017 um ciclo de três mandatos, falando-se que possa ser candidato a Baião nas próximas autárquicas. Por isso abre-se um novo ciclo político no Marco de Canaveses.
O PSD tem maioria absoluta, mas também tem vários putativos candidatos. Um deles é António Coutinho, empresário e actual presidente da Assembleia Municipal. Nos últimos anos as suas empresas passaram por dificuldades financeiras tendo sido obrigado a deslocalizar parte dos negócios para Angola, facto que o afastou um pouco do concelho nos últimos anos.
António Coutinho não é uma pessoa que arraste multidões, nem tem um discurso cativante, mas parece ser a solução de continuidade defendida por Manuel Moreira.
Outro putativo candidato é Domingos Neves, presidente da Junta de Freguesia de Alpendurada, que tem ganho as eleições no Baixo Concelho com resultados arrebatadores. É um homem simples, empresário de sucesso no sector dos granitos, muito querido dos seus conterrâneos. É um homem que pensa pela sua própria cabeça, que se tem afastado nos últimos tempos da gestão municipal de Manuel Moreira. Não nutre especial simpatia por António Coutinho.
Um outro candidato que se tem perfilado é Paulo Teixeira, antigo presidente da Câmara de Castelo de Paiva. Sei que gostaria de ser candidato do PSD, tendo já conseguido reunir apoios no CDS, porém mantem a porta aberta a uma candidatura independente. Possui o apoio de uma facção local do PSD. A Distrital do Porto do PSD também ainda não excluiu um apoio a este licenciado em Direito que já esteve ligado ao Grupo Amorim e que está novamente a trabalhar no sector privado, desde 2009. Paulo Teixeira é também conhecido por ser um destacado dirigente do Futebol Clube do Porto.
Nestas contas ainda entra José Cruz, professor e antigo presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária do Marco, que durante alguns anos liderou a concelhia do PSD-Marco sendo que mantém ainda apoios fortes no interior do Partido.
No que diz respeito ao Partido Socialista, Cristina Vieira, líder da concelhia do PS e presidente da Junta de Freguesia de Soalhães, é apontada como candidata à Câmara, mas o seu nome parece não reunir consenso dentro dos órgãos do Partido. Por isso a Distrital do PS não exclui a hipótese de apresentar um candidato-surpresa que pode baralhar os dados eleitorais. A Distrital aponta mesmo o Marco de Canaveses como um concelho onde pode conquistar a Câmara atendendo às divisões internas do PSD.
No CDS um dos mais bem colocados é Bruno Magalhães, quadro superior do Centro Hospital do Porto, desempenhando funções de vereador na Câmara Municipal. É um jovem a quem muitos preconizam um futuro brilhante. É humilde, dinâmico, trabalhador, dedicado à causa marcoense, sendo dirigente de várias colectividades, presidindo à Direcção da Casa do Futebol Clube do Porto. Porém parece que Bruno Magalhães pretende fazer um interregno na vida política para ter mais disponibilidade para se dedicar à sua vida profissional. Uma outra possibilidade é Joaquim Monteiro da Rocha, distinto advogado, que dirige os destinos da Concelhia do CDS no Marco de Canaveses, dado como muito próximo de Assunção Cristas.
O PCP apresenta sempre candidato mas a sua votação é muito residual. Por sua vez é uma incógnita se o Bloco de Esquerda irá pela primeira vez a votos numas autárquicas no Marco de Canaveses.
O concelho do Marco não foge à regra e poderá ter também uma candidatura independente que pode reunir várias personalidades dos mais variados quadrantes ideológicos sendo o que os une é o amor à sua Terra. Esta candidatura poderá reunir pessoas reconhecidas na sociedade marcoense como Diamantino Leite, João Monteiro Lima, Francisco Pereira, Alcino Vieira, entre outros. É um conjunto de personalidades muito ligadas ao movimento associativo marcoense respeitáveis e respeitadas que pode reunir o apoio de muitos marcoenses.
Apesar de todas estas alternativas penso que o PSD poderá manter o poder autárquico no Marco. Não pode é apresentar-se dividido abrindo uma janela de oportunidade à oposição. Se pretender efectivamente ganhar terá que encontrar uma personalidade que una as diversas sensibilidades políticas.
Essa pessoa, na minha opinião, é o deputado do PSD, Luís Vales, que até hoje não se pronunciou sobre as próximas eleições autárquicas.
Primeiro é um jovem que muito tem para dar à sua terra. Tem uma vasta experiência política. É uma pessoa simples, honesta, empenhada, com traquejo e capacidade para assumir funções autárquicas da máxima responsabilidade Há vários anos que é deputado na Assembleia da República tendo feito um notável trabalho na defesa das suas gentes.
É vulgar ouvirmos quotidianamente que os deputados na Assembleia da República nada fazem na defesa dos interesses das suas terras. Se isto é verdade para muitos, existem felizmente algumas agradáveis excepções. Não devemos julgar a parte pelo todo. No devemos apenas criticar. Temos o dever cívico de elogiar aqueles que se distinguem, entre os seus pares, na defesa dos interesses da sua terra e das suas gentes. E o Deputado Luís Vales é uma honrosa excepção como se tem provado ao longo dos últimos anos.
Estou convicto que a opção do PSD pela candidatura de Luís Vales à presidência da Câmara do Marco poderá unir o partido e até neutralizar mesmo uma eventual candidatura independente. Também com Luís Vales iniciar-se-ia verdadeiramente um novo clico político no Marco de Canaveses inaugurando-se definitivamente uma nova forma de fazer política no Concelho.
Estou convicto que não será por falta de escolha que o Marco de Canaveses não elegerá um novo executivo e um novo presidente de câmara com outra visão para o Concelho.
Aguardemos pelos próximos desenvolvimentos nos próximos meses.