Num estudo publicado recentemente por uma organização internacional apresentava números preocupantes relativamente às desigualdades de rendimento entre as crianças Portuguesas. Neste sentido, as crianças mais pobres possuíam um rendimento 60% inferior à mediana nacional, o que suscita enormes questões quanto a eficácia do papel do Estado e da Segurança Social na redistribuição dos rendimentos. Sobretudo constatando-se que países com pendor neoliberal e com menor intervenção social registam melhores resultados nesta matéria. Apesar das ineficiências da segurança social nacional, o que fica patente é que uma grande parte da desigualdade de rendimentos encontra-se relacionada com o acesso e a qualidade da Educação. Neste ponto, verifica-se que os jovens com possibilidades de recorrer ao apoio privado e a actividades extra curriculares possuem maiores capacidades de progressão e melhores competências na realização de exercícios e na leitura. Como é do conhecimento global, o principal e mais poderoso instrumento de redução das desigualdades de rendimento no longo prazo é a educação, reflectindo-se no futuro em melhores salários e benefícios nos empregos. Mesmo em tempos de crise, verifica-se que a taxa de desemprego dos jovens formados é inferior à média nacional e que a diferença entre o rendimento disponível entre um individuo formado e um jovem sem qualificações mantêm-se elevadas e contribui para o aumento da desigualdade. Analisando estes números “a frio”, parece-me que o ministério da educação e o governo deveriam empreender uma reforma ampla do ensino em Portugal focando-se sobretudo no desempenho dos alunos mais pobres, na qualidade dos professores e na adequabilidade dos conteúdos programáticos. Uma sociedade mais justa e equilibrada contribui para o bem-estar social e crescimento económico.
Desigualdade entre jovens/crianças
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