“The USA and the world need your outsized influence to continue- incluinding within Europe” Barack Obama
“A vote to leave would make the UK less attrative destinatioon for Japanese investment” Shinzo Abe (1º Ministro do Japão)
A saída do Reino Unido da União Europeia poderá ter graves consequências para Portugal. Para além do impacto directo de cerca de 400 milhões de euros, entre exportação de bens, serviços e investimentos, existem efeitos indirectos igualmente relevantes. Nas vésperas do referendo e num cenário de incerteza, os investidores estão a penalizar fortemente a divida pública nacional, exigindo uma taxa de juro no mercado secundário, de 3,3%, mais do dobro daquilo que é exigido à nossa vizinha Espanha. A possibilidade de desintegração da zona euro e da própria União Europeia constituem o rastilho quase perfeito, para que Portugal se veja a braços com um novo pedido de ajuda internacional. Por outro lado, o governo deverá acautelar a posição e estatuto do emigrantes portugueses em terras britânicas, e dos investimentos britânicos em Portugal, de forma a minimizar o impacto directo na economia e se possível procurar encontrar meios de colaboração reciproca. Mesmo que o “não” vença, o acordo “sacado” por David Camaron a Bruxelas poderá afectar milhares de emigrantes nacionais no Reino Unido. Estas concessões garantem ao governo britânico a possibilidade de cortar os benefícios sociais a um conjunto alargado de famílias portuguesas, constituindo uma espécie de primeiro passo, para o seu regresso, sobretudo numa altura em que os custos de vida tendem a agravar-se substancialmente em virtude da bolha imobiliária Londrina. A União Europeia deveria ter adoptado uma postura mais “dura” nas negociações, uma vez que, um eventual Brexit teria consequências mais graves para a própria economia britânica que deixaria de ter acesso a um mercado único de mais de 500 milhões de consumidores. Além disso, o Reino Unido é apenas o oitavo maior contribuinte (em 10) para o orçamento comunitário, dispensando uma verba próxima dos valores per capita pagos pela Noruega, país que não pertencendo à União Europeia, retira benefícios do acesso ao mercado único Europeu. Cria-se ainda a possibilidade de outros países, como a Itália ou a Espanha, de recorrerem ao mesmo tipo de ameaças para retirarem dividendos em prejuízo de terceiros e contribuindo para destabilizar e fragmentar a União Politica e económica Europeia.