A discussão política é apaixonante e todos nós temos opinião sobre a nossa classe política e aferimos de uma forma mais ou menos consistente, mais ou menos independente a qualidade das políticas e dos políticos que têm norteado o nosso país. E no fim, tomamos as nossas opções, ou seja, votamos. Mas na avaliação que todos nós fazemos raramente incluímos nesse processo o fator competência.
É precisamente este fator – competência – que, na minha opinião, carece praticamente em todos os setores da nossa sociedade, começando, obviamente, pelos sucessivos governos que foram, são e continuarão a ser preponderantes para o desenvolvimento do país.
A competência deverá ser a pedra de toque para qualquer regime democrático evoluído. A competência terá que ser o início e o fim das políticas públicas. E ser competente não pode ser visto apenas no cumprimento esquizofrénico das metas orçamentais pré-estabelecidas – este desígnio, só pode ser um ponto de partida e nunca, como tem sido nos últimos anos, um ponto de chegada.
Ter um governo competente, significa em primeiro lugar chamar os melhores. Os melhores a fazer política, os melhores a gerirem setores chave, os melhores a comunicar, os melhores a reformar, mas sobretudo os melhores a gerir pessoas.
Urge no nosso Portugal colocar no léxico político a palavra “competência”. Só desta forma poderemos almejar mudanças significativas no atual sistema político. Tudo o resto serão eufemismos ou apenas estados de alma.