Coimbra atravessa um tempo decisivo na perspetiva de, através das próximas autárquicas, serem dados os passos necessários para sair do marasmo e da letargia reinantes.
O apoio do Professor Norberto Pires à candidatura “mais Coimbra” e os pressupostos que o sustentam constituem esse ponto de viragem decisivo.
Norberto Pires sempre disse que era necessária uma estratégia de crescimento, definindo-a com algum pormenor nos textos que foi escrevendo.
Apologista de candidaturas independentes, sobretudo porque “escaldado” com as “amarras” que os partidos teimam em sujeitar os seus candidatos, amarras que se prendem com inconfessáveis jogos de interesses, mas sobretudo com a distribuição de lugares; crente radical das virtudes da meritocracia, partilhou a sua estratégia para Coimbra com o, na altura em ebulição, movimento dos Cidadãos por Coimbra.
A evolução, legitima, mas factual, do movimento para um pensamento político, onde pontuam nomeadamente discursos anti industria, tornou-o absolutamente incompatível com a visão de Norberto Pires, conduzindo, até por questões de coerência, ao mais que natural afastamento.
As opções políticas quando tomadas de acordo com as regras vigentes, mesmo para aqueles que não concordam com os métodos, têm que ser respeitadas, mas conduzem inevitavelmente a consequências, que a noite do próximo dia 1 de outubro, mostrará se foram as melhores.
Jaime Ramos, que tem acompanhado com interesse o pensamento do Professor, aceitou, caso seja eleito, a proposta de criar uma entidade sem fins lucrativos, com “forma” jurídica a definir, que tenha a Câmara Municipal como parceiro, que possa reunir os vários parceiros desta área: instituições universitárias, centros de I&D, empresas, comerciantes e cidadãos e que se encarregasse da revitalização do Iparque (a sociedade gestora tem que ser extinta por força da lei) e também da gestão integrada de todos os espaços de localização empresarial da cidade.
Norberto Pires, um apaixonado pela cidade, “pai” do que hoje existe no Iparque, concordou estudar e definir uma estratégia, que passe, nomeadamente, pela fixação no interior da cidade de “áreas empresariais para as quais a cidade está especialmente vocacionada e para as quais existem fortes possibilidades de ser um local de sucesso pelas potenciais sinergias que se podem criar. São exemplos as áreas cultural, turística, serviços especializados, educação e formação, tecnologia, software de aplicação, etc.”
Nessa estratégia, define-se como objetivos de curto médio prazo, para alem da criação da entidade gestora, “transportar” para o espaço urbano atividade empresarial como forma de o revitalizar, transformando o atual marasmo, num ambiente dinâmico, jovem, a fervilhar de pessoas e atividade, devolvendo vida a zonas como a baixa, a alta ou as imediações do S. Francisco.
São ainda objetivos definidos, a promoção da marca “COIMBRA” como sinónimo de um local facilitador do empreendedorismo, da inovação e da ligação conhecimento-industria, a criação de espaços, nomeadamente através da conclusão da 2ª fase do Iparque, para a captação de empresas de elevado potencial baseadas na inovação e no conhecimento e ainda a construção do já projetado edifício TESLA no Iparque onde será instalada uma aceleradora de empresas de crescimento rapido, geradoras de emprego qualificado.
É óbvio que, apesar de todos concordarem, pelo menos de conversa, que é preciso dinamizar a vida económica de Coimbra, esta estratégia, ambiciosa e, aferida pelos padrões dos comodamente instalados, visionária, contará com a oposição, ainda que na maioria dos casos envergonhada e subterrânea, de quem sempre se mostrou avesso à mudança, por pura incapacidade de fazer, ou por medo de que alguém mexa no seu “quintal” e os obrigue a sair da zona de conforto.
O sucesso passa, naturalmente, pela vitória da candidatura “mais Coimbra” nas eleições de Outubro, e para ganhar é preciso sobretudo conseguir juntar uma equipa que os eleitores considerem séria e credível, uma tarefa nada fácil para Jaime Ramos.
Hoje parece no entanto claro, que com a sua vitória COIMBRA VAI GANHAR.