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CDS\PP… um ano perdido

Quando da tomada de posse do actual governo PS apoiado pelos partidos de esquerda, intitulado por Paulo Portas de ” Geringonça”, sempre pensei que o CDS se iria afastar politicamente do PSD liderado por Pedro Passos Coelho e ocupar um espaço próprio e independente, na esfera política nacional.

Mais acreditei nisso ao ver a estratégica saída de cena de Paulo Portas, vendo nitidamente que a política nacional tinha mudado com a união das esquerdas, e ao assistir á ascenção de Assunção Cristas á liderança do Partido.

Mas enganei-me redondamente.

Assunção Cristas e o responsável pela sua bancada na AR, Nuno Magalhães, acompanharam o PSD, por vezes até ultrapassando, no ataque feroz ao novo governo, ao seu líder e á “Geringonça”.
Mostrando aqui e ali um ressabiamento que ultrapassava o politicamente satisfatório.

A ligação entre os dois partidos que foram destornados do governo era tal que Nuno Magalhães dizia “mata-se” e Luís Montenegro dizia “esfola-se”.

E assim decorreu até á entrada de férias da AR.

Os últimos acontecimentos, incêndios, assaltos, viagens pagas, etc, etc, levou até Assunção Cristas a pedir a demissão de um ministro por dia e um secretário por hora.

Portanto o CDS\PP optou por continuar possível muleta do PSD caso um dia mais tarde (tarde mesmo) o povo português voltasse a dar maioria ao conjunto dos dois partidos.

Esquece o CDS que as fotocópias são sempre piores que os originais…

Bem sei que Assunção Cristas ao apresentar há muito a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, teve sempre a esperança que o PSD a apoiasse, daí a vassalagem demonstrada.
O problema aparece agora …

Ou Assunção Cristas tem uma votação pouco significativa e tudo fica na mesma …

Ou Assunção Cristas tem uma votação apreciável e então ganha capacidade de liderança na oposição ao governo…

No primeiro caso a liderança do seu partido ficará em causa e a ameaça do regresso do táxi ( ou da Uber) é real…

No segundo caso Assunção Cristas ganha capital político para se distanciar do PSD e liderar um partido com ideologia e programa credível que possa contribuir para reforçar o futuro de Portugal, mesmo na oposição…

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