Mais acreditei nisso ao ver a estratégica saída de cena de Paulo Portas, vendo nitidamente que a política nacional tinha mudado com a união das esquerdas, e ao assistir á ascenção de Assunção Cristas á liderança do Partido.
Mas enganei-me redondamente.
Assunção Cristas e o responsável pela sua bancada na AR, Nuno Magalhães, acompanharam o PSD, por vezes até ultrapassando, no ataque feroz ao novo governo, ao seu líder e á “Geringonça”.
Mostrando aqui e ali um ressabiamento que ultrapassava o politicamente satisfatório.
A ligação entre os dois partidos que foram destornados do governo era tal que Nuno Magalhães dizia “mata-se” e Luís Montenegro dizia “esfola-se”.
E assim decorreu até á entrada de férias da AR.
Os últimos acontecimentos, incêndios, assaltos, viagens pagas, etc, etc, levou até Assunção Cristas a pedir a demissão de um ministro por dia e um secretário por hora.
Portanto o CDS\PP optou por continuar possível muleta do PSD caso um dia mais tarde (tarde mesmo) o povo português voltasse a dar maioria ao conjunto dos dois partidos.
Esquece o CDS que as fotocópias são sempre piores que os originais…
Bem sei que Assunção Cristas ao apresentar há muito a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, teve sempre a esperança que o PSD a apoiasse, daí a vassalagem demonstrada.
O problema aparece agora …
Ou Assunção Cristas tem uma votação pouco significativa e tudo fica na mesma …
Ou Assunção Cristas tem uma votação apreciável e então ganha capacidade de liderança na oposição ao governo…
No primeiro caso a liderança do seu partido ficará em causa e a ameaça do regresso do táxi ( ou da Uber) é real…
No segundo caso Assunção Cristas ganha capital político para se distanciar do PSD e liderar um partido com ideologia e programa credível que possa contribuir para reforçar o futuro de Portugal, mesmo na oposição…