A Comissão acabou de anunciar que as regras orçamentais não foram cumpridas, em 2015. Em 2015, repito.
Ao sabor da corrente de Bruxelas, resguardada nas exigências legais ratificadas, somos “chamados à pedra” por mau comportamento. Comportamento aquele, que foi anteriormente, pelos mesmos atores, e vá-se lá perceber porquê, elogiado. Mas o que foi ontem, não é necessariamente o mesmo que hoje. Coerência não marca, em definitivo, as instâncias europeias, guardiãs, pelos vistos apenas, dos Tratados, mesmo que estes não sejam, na perspetiva de Juncker, aplicáveis de igual modo a todos os Estados-membros. Não se lhes ocorrerá, creio, punir a Alemanha por superávit (diz que não têm base legal, pois o Tratado Orçamental não as prevê) ou a França, que também não cumpre os objetivos do défice.
“Robertos” disfarçados de sequazes alinhados, de bandeira na lapela, empunhando o estandarte da salvação nacional, deixam para o desempenho “à la esquerda”, o pagamento da fatura. Minaram o advir, receando já lá não estarem, para continuar a encobrir desmandos e a implantação de uma política repressiva e portanto defensora de ideais saudavelmente esquecidos. Taparam erros, desviaram o olhar da situação dramática da banca portuguesa, encurralaram as direções de topo das entidades públicas com amanuenses assertivos e manipularam órgãos de comunicação social, coadjuvantes da liça.
De nada lhes serviu. Ou melhor, serviu, para desmascarar em definitivo o assalto ao País que protagonizaram.
Agora nem sequer lhes resta tentarem ser lamechas, perante as declarações da Comissão. A poeira que sai de baixo do tapete ora levantado, desacredita vozes vãs.
E pois, como diz Passos, o que está em causa não é o seu governo. É Portugal. Tem meia razão. Vamos ser nós os pagadores da conta que tão patrioticamente, nos arranjou.
Resta-nos o novo enlace governativo. Não estando ainda o processo sancionatório concluído, será através da habilidade política que evitaremos mais este rombo, nos nossos bolsos.
Para quando uma consequência da responsabilização de titulares de cargos políticos?