Ontem, cerca das 13h00, publiquei este artigo de opinião sobre a polémica envolta da realização do Marés Vivas 2016. Coincidência ou talvez não a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia anunciou em comunicado, ontem, cerca das 18h00, que o Festival Marés Vivas vai regressar à Praia do Cabedelo.
Parece-me uma decisão muito tardia, mas sensata da autarquia. É caso para dizer mais vale tarde que nunca.
Apesar da marcha-atrás o presidente Eduardo Vítor Rodrigues não se conforma e avisou que vai imputar os prejuízos a ” todos aqueles que torpedearam ” o evento. Não sei a quem Eduardo Vítor Rodrigues se refere mas espero que não seja àqueles que livremente, como eu, manifestaram a sua opinião. A Revolução de Abril conta com mais de 42 anos e uma das suas maiores conquistas foi a liberdade de expressão.
Parece-me que Eduardo Vítor Rodrigues continua trilhar o caminho do confronto quando deveria procurar consensos. O presidente da Câmara de Gaia deveria saber que não é com gasolina que se apagam incêndios.
Tomada agora esta decisão mantêm-se estas questões:
- Afinal qual é o interesse público que existe na realização de um festival de música levado a efeito, com a comparticipação de dinheiros públicos, mas realizado por uma empresa privada que visa com toda a certeza o lucro?
- Tendo conhecimento das posições de diversas organizações ambientalistas por que o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, não providenciou atempadamente um espaço alternativo para a realização do Festival Marés Vivas?
- Quanto vai custar o regresso da localização do Marés Vivas, à última hora, para a Praia do Cabedelo, aos contribuintes de Vila Nova de Gaia?
Continuo a aguardar pelos esclarecimentos do presidente da Câmara Municipal de Gaia relativamente a estas três questões e reitero que tudo isto se poderia ter resolvido atempadamente, com equilíbrio e bom senso. Mas isto sou eu que continuo a pensar…