Hoje o Jornal I avança com a notícia que Ricardo Robles será o candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Lisboa.
Aliás há 15 dias atrás o Expresso noticiava o distanciamento de Mariana Mortágua na corrida a Lisboa adiantando que poderia ser Ricardo Robles, o actual líder da bancada do BE na Assembleia Municipal de Lisboa.
A aposta num candidato desconhecido para a autarquia da capital é o sinal que o Bloco de Esquerda “desistiu” das próximas eleições autárquicas quando tinha todas as condições para fazer excelentes resultados em algumas das mais importantes cidades do País.
Para além de Mariana Mortágua em Lisboa, poderiam avançar, por exemplo, Catarina Marins em Gaia ou no Porto, Marisa Matias ou José Manuel Pureza, em Coimbra, e Joana Mortágua, em Setúbal. Todos estes exemplos são de candidatos fortes que poderiam causar dificuldades acrescidas ao Partido Socialista nestes municípios.
Parece-me também provável que o BE, em municípios mais pequenos, onde poderia ir a votos opte por não apresentar candidato favorecendo, através de uma falta de comparência, as candidaturas autárquicas do Partido Socialista.
Porém esta opção do BE por figuras de segunda linha evitará também eventuais comparações com os resultados autárquicos do PCP que detêm a presidência de 33 Câmaras Municipais.
Mas a opção é muito clara e óbvia. O BE não quer ir a votos coligado com PS, mas ao mesmo tempo também não quer ser responsabilizado por eventuais derrotas do Partido Socialista em municípios chave como são Lisboa, Porto, Gaia, Setúbal ou Coimbra. Esta “desistência” são já efeitos colaterais da geringonça que governa o País.
Mas este é também um sinal claro que o Bloco de Esquerdo aposta tudo nas próximas legislativas e na subida ao Governo.