“Certo dia sonhei que estava com minha namorada e com um amigo, juntos entrávamos em uma montanha-russa e o amigo perguntava insistentemente se iríamos realmente entrar. A montanha-russa havia sido construída em uma montanha de mineração, em um penhasco de mais de mil metros de queda. Sentia medo só de pensar na altura. Fiquei, no sonho, indeciso, sem saber se entrava ou não. Entrei com ela, com medo e acordei durante a queda com sensação de pânico, de que algo muito ruim iriam acontecer. Neste dia terminamos o namoro. Para mim este sonho foi um presságio de que tudo seria muito ruim dali para diante”. J, 31 anos
Os relatos acima são alguns dos milhares que coleciono ligados a um tema extremamente comum e antigo: sonhos premonitórios. Descritos nos Vedas da Índia há 7 mil anos, no Antigo Testamento, na história de José no Egito, há aproximadamente 5 mil anos. Relatos de sonhos premonitórios descritos historicamente existem em todas as culturas, épocas e civilizações. Vários teóricos da psicologia tentaram compreender este fenômeno que até hoje nos intriga. Embora renegado pela ciência positivista, pois não se trata de um fenômeno que pode ser quantificado, os sonhos premonitórios são, querendo a ciência ou não, extremamente comuns. Por isso geram fascínio, curiosidade, mistério.
O conteúdo dos sonhos premonitórios são muito claros, com mensagens diretas, mesmo que às vezes tragam em si certo ar simbólico, levando a pessoa a decodificar com muita facilidade, o que não ocorre com um terceiro indivíduo. Isto ocorre porque o mecanismo dos sonhos premonitóriosse utiliza de toda uma estrutura simbólica pessoal ( Jung) em sua linguagem. Usando as bases de Freud, poderíamos falar que esta linguagem é manifesta, por isto sua clareza e facilidade de assimilação.
Os sonhos premonitórios costumam mudar completamente a vida e o destino das pessoas, às vezes até de uma nação. Muitos cientistas e artistas tem sua criatividade manifestada por meio dos sonhos, antevendo e criando em sonhos o que em sua vida cotidiana vão manifestar. Esta é uma forma básica de manifestação dos sonhos premonitórios.
Os sonhos premonitórios se utilizam, em sua dinâmica de uma função psíquica muito estudada por Carl Gustav Jung: a intuição. Fora do estado de vigília, ao dormir, quando a intuição assume a dinâmica psíquica, sonhos premonitórios passam a ocorrer com maior facilidade.
Os sonhos premonitórios representam uma capacidade natural de antever fatos, conhecer pessoas, criar e prever situações de abrir o individuo para a espiritualidade. São sonhos que transcendem tempo e espaço.
Fazem parte dos sonhos premonitórios os chamados “sonhos sagrados”, no qual figuras religiosas se manifestam interagindo com o indivíduo que sonha.
Afetivamente os sonhos premonitórios mobilizam toda a estrutura física do Indivíduo. Geralmente quem teve um sonho premonitório acorda em estado de êxtase, ocorrendo na seqüência a introversão da energia psíquica, mobilizado por fortes emoções ( atônito, perplexo) , absorvido pelas imagens do sonho. Alguns indivíduos relatam que assim permaneceram tomados pela imagem do sonho por semanas.
Nos sonhos premonitórios ainda ocorrem, comumente, mensagens de parentes falecidos. Conversas, visitas, interlocuções com pessoas que estão distantes ou mortas são outra forma comum de manifestação nos sonhos premonitórios.
Especialmente de parentes, amigos e cônjuges cujos laços afetivos foram intensos. Nesses sonhos o conteúdo é claro. Diálogos, por exemplo, não precisam ser decodificados para sua assimilação.
Um problema grave dos sonhos premonitórios é a crendice que os permeia. A dificuldade especialmente de indivíduos materialistas de aceitarem que o universo vai muito alem de forças químicas e concretas.
Essa visão míope impediu a ciência cartesiana de mergulhar a fundo nesse vastíssimo campo de pesquisa, o que temos feito há mais de 30 anos, coletando relatos, materiais diversos sobre as várias formas de manifestações do mundo dos sonhos.