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A CGD tem de ter administradores de TOPO

 

Já aqui escrevi sobre a CGD, nomeadamente sobre os ENORMES buracos que a incompetência e falta de independência das várias administrações da CGD provocaram no banco. Mas também da necessidade urgente de avaliar responsabilidades, e responsabilizar de acordo com as conclusões de uma auditoria forense.

No entanto, o que se está a passar com a nova administração da CGD é muito grave e exige intervenção imediata. Ao fim de muitos meses de indefinição, a nova administração da CGD foi chumbada, não sejamos hipócritas, pelo Banco Central Europeu:

  1. O BCE aceitou o líder, António Domingues;
  2. Mas não aceitou o modelo de governação, obrigando à separação entre o CEO e o Chairman. Isso significa que Domingues terá de ficar como CEO, encontrando-se um novo Chairman;
  3. Não aceitou que existam 19 administradores, 12 dos quais são não-executivos. Limitou a dimensão de todo o conselho de administração a 11 ;
  4. Não aceitou o perfil de 8 dos administradores indicados, por excesso de cargos e incompatibilidades (até com a lei portuguesa). Os nomes não aprovados foram: Carlos Tavares que é presidente do grupo PSA Peugeot Citroën; Bernardo Trindade, administrador do grupo hoteleiro Porto Bay, e que foi secretário de Estado do Turismo em 2011; Ángel Corcostegui, que em 2006, fundou o “private equity” Magnum Capital juntamente com João Talone, e de que a CGD é financiadora detendo unidades de participação; Ângelo Paupério que é Co-CEO da Sonae, repartindo a liderança do grupo com Paulo de Azevedo; Rui Ferreira que é presidente da Unicer desde o ano passado; Paulo Pereira da Silva que é presidente do grupo Renova desde 1993; António da Costa Silva, que é o presidente da Partex Oil Gas, empresa petrolífera da Fundação Gulbenkian; e Fernando Guedes, presidente da Sogrape, que substituiu o irmão Salvador Guedes na liderança da empresa de vinhos da família em 2012;
  5. Aceitou condicionalmente 3 dos novos administradores executivos: João Tudela Martins, Paulo Rodrigues da Silva e Pedro Leitão. A condição é que façam um curso de gestão bancária e estratégia na INSEAD. Isto é a coisa mais ridícula que já vi… uma vergonha. Pessoas propostas para administração EXECUTIVA da CGD, que é só o maior banco português, têm de ser administradores de topo, com provas dadas, méritos académicos e profissionais reconhecidos. Solicitar que 3 administradores façam cursos no INSEAD é uma vergonha para esses administradores e não dignifica o BCE. Deviam pura e simplesmente ser rejeitados.

Mas, como diz e muito bem Nuno Garoupa, isto tudo passaria com distinção e louvor no crivo do nosso regulador e supervisor que é Carlos Costa e o Banco de Portugal.

Inacreditável.

 

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